Viva a Caridade!
Peguei a cesta com
os alimentos, mais os produtos de limpeza e de higiene pessoal e fui até a casa
da família. Vi que estava no endereço certo. Bati palmas. Era uma casa
‘fundos’. Podia avistar um corredor de chão batido e, lá no fundo, parte da
casa de três cômodos. Apareceu uma senhorinha da melhor idade e eu disse bem
alto “sou o padre Rogerio, da paróquia Espírito Santo, vim trazer um presente
para a senhora”. Ela olhou do lado e disse baixo, mas escutei “ô bem é o padre
Rogerio”. Seu João veio, abriu o portão e entrei com o presente, pesado.
Coloquei em cima da mesa, na cozinha. Ela disse “não é possível que o senhor
esteja na nossa casa”. E começou a chorar. Seu João a abraçou e disse “viu como
Deus é bom”? Também chorei. Brinquei um pouco eles. Quebrei o gelo. Olhei o
armário e a geladeira. Não tinha nada. Ele disse “não precisava trazer tanta
coisa para nós, obrigado padre”. Rezamos. Abençoei os dois e a casa. Senti
forte a presença de Deus. Me despedi e saí. Entrei no carro e chorei mais à
vontade. Vi que a caridade que estamos fazendo é tudo que o Papai do Céu nos
pede nesse momento. Pensei também “quem será que doou o feijão, o arroz, o
macarrão, o pó de café... daquela cesta? ” Sei que Deus sabe quem foi...
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